quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vítima de manobra sórdida



POST DELETADO PELO AUTOR. AUTO-CENSURA MESMO! TEM GENTE QUE VÊ CHIFRE EM CABEÇA DE CAVALO, VESTIU A CARAPUÇA...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

É FATO!

É fato! Não escondo de ninguém. A minha forma de trabalho só é independente quando "a" ou "o" caixa do outro lado não tem ressonância. Gosto e sei trabalhar em equipe, mas se não encontro respaldo, busco soluções para os desafios que diariamente me são colocados.
Infelizmente, alguns não entendem isso ou não sabem ir atrás. Esperam tudo de braços cruzados ou são comodistas.
Eu sei, me prejudico sozinho. Devia ficar na minha, no meu canto. Infelizmente -- para alguns --, minha educação não permite assistir ficar olhando o barco passar. Tudo ou o pouco que conquistei na vida, é fruto da minha luta!
Sim, eu desperto a ira e olhares invejosos de gente incapaz e acomodada. Sem modéstia alguma. Pena eu incomodar alguns poucos. É uma pena mesmo! Por que não seguem meu exemplo? Vão a luta!

Cuidando do próprio umbigo

POST DELETADO PELO AUTOR. AUTO-CENSURA MESMO! TEM GENTE QUE VÊ CHIFRE EM CABEÇA DE CAVALO, VESTIU A CARAPUÇA...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

DEFINIÇÃO DE TRAÍRA!

POST DELETADO PELO AUTOR. AUTO-CENSURA MESMO! TEM GENTE QUE VÊ CHIFRE EM CABEÇA DE CAVALO, VESTIU A CARAPUÇA...

sábado, 10 de janeiro de 2009

Confesso, faltou coragem!

Amigos, quero fazer uma confissão: faltou coragem para atualizar meu blog. Confesso que fico emocionado cada vez que faço o relato que que houve naquele penúltimo final de semana de novembro.
Estava em Pomerode, fazendo trabalho duplo para a FMD e para a CCO dos Jogos Abertos.

_________

No final da noite de sábado, dia 22, comecei a sentir na pele os reflexos do que estava ocorrendo em Blumenau. A casa da minha noiva começa a receber ameaça de enchente.
Fiz uma tentativa frustrada de retornar. Sozinho, dirigindo meu Gol, cheguei na divisa de Pomerode com Blumenau e me senti um verdadeiro Asterix. O céu parecia querer desabar sobre minha cabeça. A quantidade de chuva, a partir da divisa de Blumenau, parecia me avisar para alguma coisa. Fui teimoso e insisti. Mas não fui muito longe.
Fora alguns pequenos deslizamentos perto da rodovia e alguns trechos com água, especialmente perto da Karsten, onde também passei sobre uma fiação caída, me vi obrigado a retorna quando cheguei na Posthaus. Iria ficar preso entre as duas cidades se não voltasse naquela hora.

_________

Já na madrugada, nova ligação da Muriele. Ordenei, então, que imediatamente, pegasse sua mãe e as meninas e fossem para minha casa, no Bom Retiro.
Meu pai já estava um tanto nervoso, no contato telefônico que mantive naquela madrugada. Mas, como sempre costuma fazer, não me contou para me poupar. Prontamente, aceitou abrigar as meninas, a Muri e a sogra.

_________

A tensão continuou na noite seguinte. Agora em minha casa, onde nunca imaginei que pudesse ocorrer deslizamentos. Por sorte, na minha casa, apenas na lateral. Mas os estragos na rua foram grandes. Somente num trecho, foram retirados mais de 300 caminhões de lama. Duas casas cairam e pelo menos umas três estão ameaçadas.
Bom, retornando a Pomerode, não posso esquecer a aflição, em busca de abrigo. Nunca um telefone celular foi tão útil.
Com o cancelamento dos Jogos Abertos, a frustração foi grande. Mas nada mais poderia ser feito. Não havia mais clima.

_________

Só consegui retornar na terça-feira. Deixei todos os meus pertences e equipamentos no hotel, em Pomerode, e peguei estrada. O que vi no caminho de volta foi um cenário desolador, bem típico de guerra. Desmoronamentos, sinais da enchente e casas caídas. Fui direto para minha casa. Queria saber a dimensão do estrago.

Não preciso nem escrever qual o sentimento. Mas procurei manter a calma e o foco. Meu pai precisava de minha ajuda. Estava sozinho, absolutamente! Minha mãe estava hospitalizada já havia uns 15 dias e pouco, ou quase nada sabia do ocorrido. Procuramos poupá-la para que se recuperasse logo de um início de pneumonia. Fato que complicou ainda mais seu complicado sistema respiratório.
A primeira decisão, em conjunto com meu irmão e meu pai: se ganhar alta, iria para casa do meu irmão, em Balneário Camboriú.

_________

Bem, passado quase dois meses da catástrofe, reuni coragem para apresentar relatos que que se passou comigo e com toda a equipe da Fundação de Desportos, naqueles dias.
Também quero tornar público alguns agradecimentos.

É evidente que o espaço não permite mencionar todos e os motivos dos agradecimentos, mas se faltou alguém, peço desculpas antecipamente

Quero fazer um agradecimento especial as seguintes pessoas: aos companheiros do RC Hermann Blumenau, citando o Sérgio Souza e seu irmão Rui, ao Sérgio Correa, ao Jair Barni; Edélcio Vieira (Tcheco); o Sérgio Silva; ao Raulindo; ao Labes; o Dr. Testoni; ao Perci; o Lucena; ao Max Mohr e, por fim, ao Schreiber (Tascibra). Vocês foram fundamentais para que eu pudesse superar este momento complicado.

_________

Queria agradecer o apoio de meus amigos e aos companheiros de trabalho da Fundação de Desportos. Também a disponibilidade de vários profissionais e órgãos da Prefeitura: Balistieri, Marcelo, Jonas, os geólogos, o Marcelino, a Edna, o Negredo, o Eder Marchi e o Dutra.

Bem, era isso, convidando-o para fazer a leitura do relato abaixo. Uma pequena contribuição para a história de nossa cidade e com as gerações futuras.

até mais.

Nada tira a nossa força!

"A história de nossa cidade precisa ser preservada.
Uma história que muitas vezes pode ser dura, Sofrida.
Mas precisamos contá-la. A história se repete e as
Gerações futuras precisam aprender com ela para
não cometer os erros do passado."


Giovani Vitória
Jornalista Gerente de Comunicação da
Fundação Municipal de Desportos de Blumenau
Gestão 2005/2008


______________
















O espírito de equipe predominou na
recuperação da estrutura esportiva e
lazer de Blumenau, após a catástrofe


Sábado, 22 de novembro de 2008, 10 da manhã. A chuva não dá trégua em Blumenau. Prenúncio de problemas para cidade. Já são quatro meses de mau tempo e o solo encharcado já começa deslizar de encostas, em vários morros da cidade.
Em Timbó, Pomerode, Indaial e Rio dos Cedros, a cidade de Blumenau conquista suas primeiras medalhas na 48ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina. A maior competição do esporte amador do Estado seria a penúltima grande competição oficial disputada pela cidade – a maior vencedora da história dos Jasc, em busca do seu 40º título geral, o sexto consecutivo. Um feito fantástico, fechando com chave de ouro um ano vitorioso no esporte blumenauense.
O ponto alto destas vitórias foi a entrega do Novo Galegão. Abandonada havia quase seis anos, aquele que já foi o maior ginásio de Santa Catarina foi revitalizado e inaugurado em maio, numa grande festa que culminou com apresentação do Grupo Tholl e um amistoso de futsal, envolvendo a FMD/AD. Hering e a Malwee, com a presença de Falcão – o melhor jogador do mundo na atualidade. A cidade era premiada ainda pelo revitalizado Parque Ramiro Ruediger e áreas de lazer nos bairros da Velha, República Argentina e Itoupava Seca. Viraram pontos de convergência, de lazer e esporte para os blumenauenses.
Outras modalidades também conquistaram melhorias e brilharam em 2008. O Complexo Esportivo do Sesi é transformado em Centro de Referência da Ginástica Artística. Com apoio da Prefeitura, do Governo Estadual e Federal, novos equipamentos foram adquiridos e a modalidade ganha um fosso de espuma. Um importante upgrade na preparação das equipes masculinas e femininas, nas diversas categorias. O Complexo também ganha uma pista sintética de atletismo – sonho acalentado por várias gerações de campeões.
Em quadra, o handebol feminino repetia o bom desempenho dos últimos anos, conquistando os Jogos Abertos Brasileiros e o bicampeonato da Copa Brasil, na casa do adversário: a forte Metodista de São Bernardo do Campo. Após seis anos, a cidade também reconquistava os Joguinhos Abertos de Santa Catarina.
______________

Sonhos transformados em lama


O que parecia ser prenúncio de problemas pela manhã, se transformou em realidade a partir das 3 horas da tarde. Os vigias José Rogério de Oliveira e Jaime Rodrigues se assustaram com a velocidade da subida das águas na região do Galegão e começam a levantar os equipamentos e materiais. Os trabalhos se concentraram no anel inferior. Em pouco mais de 20 minutos, a área já estava alagada, com 1,10 metros de água. “Foi o que conseguimos fazer naquele momento. Corríamos o risco de tomar choque elétrico”, relembra Rogério, com 20 anos de Prefeitura, que providenciou ainda o desligamento imediato da rede elétrica do ginásio e do Parque, onde toda energia é subterrânea.
Na mesma tarde, os trabalhos passaram a se concentrar no Parque Ramiro, onde a água ainda não havia chegado. Mas seus acessos já estavam inacessíveis. Com isso, os veículos começaram a transitar por dentro do próprio parque. Era a última rota de fuga para se alcançar a rua do Fórum e a Marechal Deodoro, no Água Verde. “Saimos correndo do Galegão. Perdi até meu carregador de celular”, relata. Num primeiro momento, a decisão era impedir o tráfego de carros pelo Parque, mas a situação piorou e não teve jeito. “Nós assumimos a responsabilidade naquele primeiro momento, pois a maioria da equipe da FMD estava nos Jogos Abertos, em Timbó”, conta.

______________

Carro perdido e tentativa de invasão no prédio da FMD


No prédio da Fundação de Desportos, a situação também começa a se complicar. Responsável pela manutenção da entidade, Ademar Werner foi o primeiro a chegar no prédio. Sua primeira providência foi retirar os veículos da garagem. Infelizmente, não conseguiu ligar o gol TP 62 que já estava com água até a altura do motor. Pouco deu para fazer e não conseguia sequer mais chegar até o Parque ou Galegão.
Ademar teve o auxílio do motorista André Hasse, com 15 anos de Prefeitura, sendo oito a serviço da Fundação Municipal de Esportes. André veio de Timbó, de onde saiu por volta das 16h45min, dirigindo o micro-ônibus. Seu objetivo era transportar a equipe de tênis de mesa que faria sua estréia nos Jasc, a partir de domingo.
Não sabia a situação em Blumenau. Foi se deparar com problemas apenas no acesso ao prédio da FMD. “Nenhum acesso até então, entre Timbó e Blumenau, estava fechado”. Seu carro também estava na garagem da entidade. Retirou e levou para casa de um dia. Mas com dificuldade. No retorno, já não passava mais carro.
Com as dificuldades de deslocamento do tênis de mesa até o prédio da FMD e também para sair para retornar aguardou até 20 horas. Antes, por volta das 19 horas acompanhou a tentativa dos moradores da vizinhança de se abrigar no prédio da FMD, invadindo o local no desespero. O fato não se concretizou, pois o nível das águas diminuiu. Com isso, também pode retornar para Timbó com parte dos objetivos cumpridos. O tênis de mesa embarcou desfalcado, com apenas o técnico e dois atletas.

______________

Socorro aos vizinhos da FMD


A situação voltou a se complicar na madrugada de sábado para domingo. A chuva continuava e o nível do Itajaí-Açu subia em ritmo assustador. O primeiro sinal de alerta veio por intermédio de uma ligação telefônica do massagista Arnoldo Hostins, o Dudu. Vizinho do prédio da FMD, ligou para Ademar Werner por volta das 3 da manhã, solicitando a liberação dos alojamentos para ele e sua família. Sua casa e dos vizinhos voltaram a ser inundadas. O prédio da entidade serviu de alojamento para 30 pessoas.
Nas cidades-sedes dos Jasc, as notícias também não eram nada boas. As primeiras notícias vieram por telefone, repassadas por familiares e funcionários da FMD que não haviam viajado para Timbó.
Somente o tênis de mesa, desfalcado, conseguiu chegar no alojamento blumenauense, na Escola Ruy Barbosa, no centro de Timbó. Os dois naipes do basquete, o bolão 23 e o karatê femininos não viajaram no sábado, como previa o cronograma. No domingo o fato se repetiu com o voleibol masculino, a ginástica artística e o atletismo.

______________


Delegação isolada

Por volta da meia-noite de sábado, o jornalista e gerente de comunicação da FMD, Giovani Vitória, alojado em Pomerode, tentou chegar em Blumenau. Desistiu e retornou, após se deparar com muitos deslizamentos na pista da rodovia que liga as duas cidades e se deparar com a água em meia-pista nas proximidades da Posthaus, próximo ao trevo de acesso da BR-470. “Antes, atravessei uma lâmina de água e o carro passou por uma fiação de telefone caída, no trevo perto da Karsten”, conta, confidenciando que passou medo. “Se não retornasse logo, ficaria trancado entre as duas cidades”, completou. O profissional enfrentava problemas com a família e a solução foi recorrer a amigos, por telefone, para auxiliá-lo. “Foram duas noites sem dormir”, destacou.
Giovani não esconde a gratidão e se emociona ao lembrar o apoio do diretor de eventos da FMD, Valdair Matias, que não mediu esforços para atender seus pedidos em Blumenau. “Também ficou sem dormir por duas noites”, recorda.
Amigos também não se prontificaram, disponibilizando suas casas para abrigar seu pai, sua noiva, as filhas e a sogra. “Por ironia do destino, minha mãe estava hospitalizada há duas semanas e não passou pelo susto de ver as diversas avalanches de terra que caíram na rua onde moro, no Bom Retiro, inclusive atrás da minha casa”, contou.
Esse não foi um caso isolado. Diversos atletas ficaram ilhados e ainda perderam bens materiais ou tiveram suas casas atingidas. Foi o caso das meninas do handebol feminino. Algumas tiveram seus carros tomados pela água no condomínio onde moram juntas, próximo ao Corpo de Bombeiros.

______________

Acessos fechados

No acesso entre Pomerode e Rio dos Cedros, o trecho de serra desmoronou antes, por volta das 8 da noite. Com isso, a equipe de futsal feminino de Blumenau teve que retornar para Timbó pela BR-470, com dificuldade. O time havia estreado nos Jasc naquela noite, batendo Pomerode por 3 a 1, na Sociedade Floresta. Foi o último time de Blumenau a disputar um jogo nos Jasc. A competição viria a ser cancelada na noite de domingo.

______________

Mantendo a calma no alojamento



“Procuramos não passar a gravidade para os atletas num primeiro momento”, relembra o dirigente da FMD, Edésio dos Reis Cardoso. O diretor técnico da entidade, Sérgio Galdino, conta que alguns atletas e profissionais de apoio foram atingidos por cheias ou deslizamentos, mas permaneceram no alojamento. “Era mais seguro. Tentar se deslocar até Blumenau era perigoso”, completa o presidente da FMD, Elson Campos Ferreira.
Sem saber ao certo como ficaria a programação dos Jasc, a equipe manteve-se recolhida e com espírito de competição até a noite de domingo, dia 23, quando se confirmou o cancelamento oficial da competição. Equipes chegaram a treinar no domingo, no ginásio da Escola Ruy Barbosa. “Só podiam sair do alojamento com autorização do técnico”, alertou Galdino.

______________

Racionamento e criatividade no alojamento



Com a confirmação do cancelamento dos Jasc, a primeira medida foi orientar a delegação a permanecer em Timbó. A economia da água era outra preocupação. Os banhos teriam que ser rápidos. As mulheres e as equipes de trabalho, a exemplo dos cozinheiros, teriam prioridade.
A criatividade começou a ser despertada no alojamento. Os rapazes do futebol de campo, por exemplo, optou por tomar banho com a água da chuva que caia das calhas dos telhados da escola. A água da chuva também começou a ser armazenada em tonéis. Foi utilizada na lavação de roupas e na limpeza de pisos e banheiros.
Sem jogos, a cantoria, os jogos de mesa e brincadeiras passaram a ser os passatempos preferidos dos atletas. Eram mais de 200 pessoas isoladas na Escola. A TV, até o momento em que os canais de Blumenau permaneceram no ar, foi a opção da maioria das pessoas, em busca de notícias.
Depois, acompanharam apenas pela internet e o rádio, sintonizado na Furb FM – única emissora ainda no ar na maior parte do tempo em que a delegação de Blumenau permaneceu ilhada em Timbó.

______________

Reforçando o estoque

Com o fechamento dos acessos entre as quatro cidades, a preocupação passou a ser com o tempo que a delegação blumenauense permaneceria isolada em Timbó. Os dirigentes foram às compras em Timbó, onde os acessos pela cidade estiveram abertos em todo o tempo.
Reforçaram o estoque de água potável e alimentação. Já pensando na volta e na limpeza da infraestrutura da FMD, adquiriram 10 pares de botas, 30 pares de luvas e 20 rodos. “Pedi ao meu pai para confeccionar rodos grandes, com madeira”, conta Sérgio Galdino. A ferramenta improvisada, com 1,5 m de largura e 0,20 cm de altura, foi fundamental para puxar a lama líquida que se acumulou no Galegão. Os dirigentes também começaram a ligar para amigos e empresas parceiras, pedindo empréstimo de carrinhos de mão, pás e enxadas.

______________

Retorno seguro

As notícias vindas de Blumenau davam conta que a situação era dramática. Por outro lado, os acessos de Timbó estavam liberados em sua maioria. Os dirigentes pediram aos motoristas para fazer uma sondagem nas rotas alternativas para se chegar até Blumenau. Com o retorno dos mesmos ficou constatado que seria possível o enviar pelo menos um ônibus. Mas nem todos os lugares teriam acesso.
Na reunião com dirigentes e atletas, logo pela manhã, ficou definido que somente poderiam voltar para cidade aqueles que tivessem condições de chegar até suas casas. Especialmente quem morava nos bairros mais próximos, como Salto, Velha, Escola Agrícola ou Itoupavas. A FMD disponibilizou transporte e alguns optaram por chamar os familiares. Das 200 pessoas alojadas, metade retornou com absoluta segurança. O restante permaneceu até terça-feira na Escola Ruy Barbosa.
Os últimos a sair de Timbó foram as equipes administrativas e de apoio, após a desmontagem da estrutura. Colchões e equipamentos de cozinha ficaram em Timbó, em razão do alagamento no prédio da FMD.

______________

Mobilização solidária

Esperançosos de um retorno breve, ainda na segunda-feira, os dirigente da entidade lançaram o programa de Mobilização Solidária. A meta era reunir o maior número possível de voluntários, entre atletas, técnicos, dirigentes e colaboradores voluntários, para promover a limpeza nas estruturas administradas pela FMD e também auxiliar os clubes e associações esportivas parceiras, duramente atingidas por enchentes ou grandes deslizamentos de terra. Os trabalhos começariam na quarta-feira.

______________

Limpeza da FMD



A Mobilização Solidária trouxe 60 pessoas para o prédio da Fundação Municipal de Desportos, onde os trabalhos de limpeza começaram, na quarta-feira, dia 26, pela manhã. Atletas, técnicos, dirigentes, funcionários, pais e até torcedores trabalharam voluntariamente. A enchente colocou 80 centímetros de água no térreo e cobriu completamente a garagem, com quatro vagas para veículos, e o depósito de materiais de quadra e pista, com banners, pódiuns, entre outros.
Na cozinha e um pequeno depósito, freezer, geladeira e alguns mobiliários também foram atingidos. A perda só não foi maior, pois muitos dos equipamentos foram levados para Timbó: fogão industrial, freezers, entre outros. Ocupando uma área cedida pela FMD, no térreo, o Programa Sentinela, ligado ao Semascri, foi o que mais sofreu. As perdas foram totais, incluindo equipamentos de informática.
Sem energia no andar térreo, por precaução, e a falta de água foram as dificuldades iniciais para o início da operação limpeza. Um acordo com a vizinha da frente, permitiu o uso da água de sua piscina. Os dirigentes então providenciaram bombas hidráulicas submersas para levar água até os aparelhos de lava-jatos.
Em troca, os voluntários auxiliaram na retirada da lama defronte a casa da vizinha. O trabalho se estendeu até a saída da rua, próximo a Polícia Civil que também ajudou. Foi retirado o equivalente a 10 caçambas de lama e entulhos. Em torno de 50 metros cúbicos.












______________

Força-tarefa no Galegão




Com o serviço adiantado no prédio da FMD, uma parte dos voluntários foi deslocada para começa a limpeza do Galegão. O anel inferior foi inundado e a água alcançou o nível de aproximadamente 2 metros de altura. Faltaram apenas dois degraus de escada para a enchente também atingir a quadra, reformada em maio, no processo de revitalização.
Por conta da rápida intervenção dos vigias, ainda no sábado, levantando os equipamentos, as perdas não foram grandes. Dentre os itens perdidos de maior valor, estavam: a base de 16 prismas para afixar publicidade, alguns móveis, bolas e uniformes do Programa de Iniciação Esportiva, equipamentos esportivos e um modem sem fio. Foram pelo menos duas caçambas de entulho.
A lama alcançou três centímetros de altura. Fora a sujeira espalhada. Mas ainda tinha a dificuldade da falta de água. Para driblar o problema, optou-se pelo uso da água barrenta do lago do Parque Ramiro. Mas uma nova dificuldade surguiu: a bitola das mangueiras do Galegão (para uso exclusivo na eventualidade de um incêndio) era diferente da bomba que iria puxar a água do lago. Garrafas do tipo pet e braçadeiras solucionaram o problema. “Uma engenharia bem ao estilo do Magaiver, aquela antiga série de TV”, brinca Valdair Matias.
Os trabalhos por ali se estenderam por quase uma semana. Na semana seguinte, o handebol feminino já treinava na quadra para a final da Liga Nacional. A maior dificuldade, então, era a poeira. Panos molhados foram usados como paliativo. Atualmente, o Galegão está à disposição da Caixa Econômica na grande mobilização para liberar o FGTS para a população.



______________

Nos clubes parceiros

As perdas também atingiram os clubes parceiros, com quem a FMD mantém convênio ou utiliza os espaços para treinamento. As equipes que se utilizavam destas estruturas auxiliaram na limpeza destes locais.





No Vasto Verde, onde os estragos foram substanciais, as modalidades de futsal e o basquete feminino, o dois naipes do bolão 16, o karatê e a bocha masculina, trocaram os treinos e uniformes por botas e luvas. A Associação Artex contou com os voluntários do futebol de campo.

A Associação São Bernardo, onde recentemente foi instalado um pólo de iniciação da ginástica rítmica, em parceria com a Caixa Econômica, foi outra atingida, a exemplo da sala de treinos do karatê feminino, na Sociedade Ipiranga.



No Sesi, os estragos atingiram a ginástica artística, desenvolvida em parceria com a Ablugo; a natação, a quadra onde o handebol feminino faria o primeiro jogo da final da Liga Nacional, contra a Metodista e, principalmente, a recém e nem inaugurada pista de atletismo. Atletas e técnicos também se mobilizaram no mutirão de limpeza.












______________

No Parque Ramiro, peixes nadam na lama líquida

Na segunda-feira, o vigia José Rogério de Oliveira chegou cedo ao Parque: por volta das 6 da manhã. E o que ele viu vai guardar em sua memória para sempre. Um cenário desolador e de muita destruição. A guarita recebeu 40 cm de água, atingindo o bebedouro do Parque e a geladeiras dos guardas. Na frente da edificação, peixes vivos do lago nadavam na lama líquida. Muitos não resistiram. “Só o parquinho foi poupado”, comentou Rogério.



A enchente alcançou o lago do Parque – o mais novo cartão postal da cidade. Um cenário perfeito para fotos e imagens, tendo o Galegão ao fundo. O lago era povoado por peixes de inúmeras espécies, inclusive alguns considerados predadores, colocados ali para se evitar o super-povoamento de tilápias que já somavam mais de 10 mil.
Apenas 5 mil tilápias foram recuperadas com vida e agora habitam o ribeirão da Velha. “Já era uma constante tirar o excesso de peixes do lago e repovoar os ribeirões da Velha e do Garcia”, explicou Ademar Werner, responsável pela manutenção do Parque. Também se conseguiu recuperar mil carpas exóticas.
Dentre os predadores, um pirarucu que havia sido colocado em setembro. Ele simplesmente sumiu. Possivelmente, acompanhou o fluxo da água. Acredita-se que se deslocado até o ribeirão da Velha, nas proximidades. Tinha ainda 20 pacus, 20 pintados e 20 peixes matrichan.

______________

O parque como extensão de sua casa

Morador da rua Marechal Deodoro, o vigia Rogério tem o Parque como uma extensão da sua casa. O zelo pelo local, o fez aguardar a água baixar durante toda a segunda-feira. Na terça, logo cedo, já estava lá no Parque, sozinho, onde iniciou a limpeza. Começou raspando a lama na pista de caminhada. A pá e a enxada, naquele momento eram suas únicas companhias.
Mas o trabalho solitário ganhou reforço no dia seguinte, com a vinda de dois funcionários da Urbanizadora. A meta inicial limpar a área próxima às tabelas de basquete para permitir o pouso de helicópteros que traziam donativos ao Pró-Família. O exército ajudou.
Apoio fundamental do professor Ivo da Silva e 15 atletas da marcha atlética. Seu objetivo era amontoar a lama que se acumulava na pista de caminhada e na pista interno, utilizada pelos marchadores em treinos e competições. “Foram vários dias de trabalho. Trabalha até onde agüentava”, comentou o técnico Ivo da Silva, ainda exibindo os calos nas duas mãos. Para incentivar seus atletas costumava dizer que se tratava deu um “treino de musculação de base”, se diverte. O treinador Rubens Fredel também se envolveu, cedendo pás e enxadas. Foram oito dias amontoado barro para a remoção posterior.
As máquinas que fariam a remoção da lama também enfrentaram dificuldades, especialmente do acesso ao lado da choperia da Associação de Caça e Tiro. “A primeira que tentou entrar por ali, atolou”, contou Rogério. Os usuários do Parque também começaram a se mobilizar, auxiliando na limpeza. Em uma semana, já se podia praticar caminhada no Parque.
A quadra de tênis e as quadras de vôlei de areia foram limpas pelos próprios usuários. Os participantes do Programa Amigos do Peito, em sua maioria da terceira idade, também deram sua parcela de contribuição. Os relatos dão conta que muitos não acreditavam ao ver o cenário de destruição e choravam copiosamente. Muito curiosos também se aglomeravam no local, especialmente para fazer fotos. Isso, segundo Rogério, atrapalhou um pouco. “Eu cheguei a pensar em desistir, mas tenho o Parque como um pedaço da minha casa”, falou emocionado.
Além dos equipamentos da guarita e do lago, o Parque perdeu algumas lixeiras e cercas caíram ou foram derrubadas para permitir o tráfego de veículos. A recuperação do lago ainda está sendo feita e deve ser concluída até o mês de marco.

______________

Trabalho voluntário continuou



Com o término dos trabalhos de limpeza, os colaboradores da FMD foram para Vila Germânica, onde foram voluntários da Central de Donativos da Operação Esperança.
Para auxiliar os atingidos, os dirigentes decidiram doar para a Operação Esperança o que sobrou dos alimentos que seriam utilizados pelos atletas de Blumenau durante a 48ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina – quase uma tonelada. A competição foi aberta no dia 20 e teve dois dias de programação cumprida, nas cidades de Pomerode, Rio dos Cedros, Timbó e Indaial.
Além dos alimentos, a FMD fez a doação de 960 garrafas de água de meio litro; 15 bombonas de 20 litros e materiais de higiene e limpeza. Dentre os alimentos comprados para atender inicialmente a demanda dos atletas na maior competição esportiva de Santa Catarina, destaque para 100 quilos de macarrão e 100 quilos de arroz, além de óleo vegetal, vinagre, carnes, feijão, verduras, café, sucos, sal, açúcar e frutas. Copos descartáveis também integram os itens repassados.
A direção da FMD também fez a doação dos 300 colchões utilizados pela delegação blumenauense em competições oficiais, como JASC, Olesc e Joguinhos.
Após o jogo da superação, o handebol feminino de Blumenau (FMD Blumenau/Furb) retornou de São Bernardo do Campo, trazendo na bagagem o vice-campeonato da Liga Nacional e donativos arrecadados durante a final, no ginásio Baetão. Um donativo valia o ingresso.
A torcida de São Bernardo doou 50 litros de água; 50 quilos de alimentos não perecíveis; mais de 200 unidades de produtos de higiene pessoal e limpeza (escova e creme dental, sabonetes, detergentes, etc.), além de brinquedos.



As doações foram encaminhadas pela Fundação Municipal de Desportos para a Central de Donativos da Operação Esperança, na Vila Germânica.

______________________


VEJA MAIS FOTOS: