quarta-feira, 26 de agosto de 2009
ESTÃO PRATICANDO DUMPING NO MERCADO DE ASSESSORIA DE IMPRENSA DE SC
Em tempos onde a pauta de discussão do mercado jornalístico gira em torno do "fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista", nossa classe mais uma vez mostra que não aprendeu o significado da palavra corporativismo. Prova irrefutável que nossos acadêmicos, já formados ou não, não foram treinados para o empreendedorismo, mas sim para ser empregado.
O melhor retrato disso pode ser observado no mercado de assessoria de imprensa. Não é nenhuma novidade, mas agora alguns "coleguinhas" resolveram praticar "Dumping". Para quem não sabe o que significado, transcrevo a tradução literal, disponível na obra "Dicionário de Economia", de autoria de Paul Sandroni. DUMPING: Venda de produtos e serviços a preços mais baixos que os custos, com a finalidade de eliminar concorrentes e conquistar fatias maiores de mercado. Na Europa, essa prática é proibida. No Brasil, em vários setores de nossa economia, ela ocorre livremente.
Mas no mercado de assessoria de imprensa ocorre de forma velada. Temerosos e como medo de botar a "cara para bater" e mostrar a importância de seu trabalho de forma isolada, alguns "coleguinhas" de Santa Catarina se associaram com agências de propaganda e publicidade.
Agora, seu produto foi incoporado ao projeto de "Comunicação Integrada" das agências.
Nada contra o conceito. Pelo contrário. O mercado exige a integração de todas das ferramentas de comunicação.
O que não pode se admitir é ver profissionais que se dizem experientes, escondidos atrás da imagem de uma agência de publicidade. Quer ganhar mercado a qualquer preço, cobrando um preço ridículo pelos serviços prestados aos clientes da tal agência parceira.
Certamente temem ser descobertos e acusados de "Dumping". Prostituiram o mercado. Por isso, optaram por maquiar seus orçamentos. Fica mais fácil acobertar esse valor, quando diluído na remuneração que a agência de propaganda associada, "exclusiva", mas nem tanto assim, recebe do cliente. A agência, nesse caso, agregou valor ao seu produto e oferece um serviço quase "exclusivo" ao cliente. E ainda por cima fatura seus 20% de comissão. E o cliente, bonzinho, acredita. Paga pouco e ganha mais, mas descobre em pouco tempo que o barato custa caro.
Assessores de imprensa que fazem uso dessa prática também maquiam resultados. Fica mais fácil apresentar resultados quando se incorpora a um plano integrado de comunicação.
Isso é falta de ética, coragem e de poder de argumentação de nossos "experientes" profissionais de jornalismo, a serviço da comunicação empresarial.
Assessoria de imprensa não se resume a redigir um release. Também não vou ficar aqui ensinando o babá para esse pessoal. Alguns, inclusive, que não têm um pingo de pudor para "chupar" idéias dos outros.
Vou me adequar ao mercado. Seguindo o exemplo do caso do "diploma", onde o mercado editorial irá fazer a sua triagem, contrantando os melhores e deixando de lado os piores.
Também vou praticar "Dumping", prestando um relevante serviço para estes formadores de opinião em fase embrionária. De forma gratuita, vou mostrar porque suas notícias não recebem o sonhado tratamento por parte do mercado jornalístico e editorial e quais os motivos que o levam a ter dificuldades na hora de mensurar esse resultado.
A primeira dica: nenhum profissional dessa área pode fazer um serviço de qualidade quando não vive a empresa. E esqueça se pretende exigir carga horária. O teu assessor de imprensa optou por quantidade de clientes e não pela qualidade do serviço prestado. Trabalha sozinho ou com no máximo duas pessoas como free lancer. Ele não vai ter tempo para atender a todos e ainda viver o cotidiano de cada cliente. Vira um mero redator de releases.
Meu conselho a esse tipo de profissional: saia do mercado. Não destrua o que já não está bom. Volte para uma redação e estude um pouco mais de Ética. A máscara pode cair e a verdadeira imagem aparecer.
E antes que os "coleguinhas" me perguntem se vou dar nome aos bois, sugiro que olhem ao seu redor. Você também pode estar sendo enganado.
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4 comentários:
O certo é protestar no conselho federal de jornalismo e exigir que tomem providencias, como puniçoes. Abraços
O post tem seus prós e contras.
O Dumping é realmente triste, só enfraquece o mercado de assessoria e deixa o nome da profissão suja (mais do que já é) entre as empresas.
Mas em compensação, aliar-se a uma agência de publicidade é uma estratégia inteligente e que eu até recomendaria. Assim, o assessor e o publicitário poderiam trabalhar utilizando a mesma linguagem, o que daria muito mais coesão à forma de comunicação adotada pela empresa. Se cada um fizer o seu trabalho separado, pode haver ruídos na comunicação e a mensagem não ser transmitida tão bem quanto poderia, mesmo o assessor sendo muito bom.
Comunicação Integrada é um fator positivo, não negativo. Porém, a assessoria deve ter liberdade editorial dentro da agência. De nada adianta colocar publicitários para atuar como jornalistas. Assim como não funciona colocar um jornalista para fazer criação publicitária.
Com um trabalho sério, uir-se a uma agência não só é uma boa saída, como também é o futuro da comunicação.
Grande Giovani!
Como acumulo as duas faculdade - PP e Jor (que termino esse ano) vejo com bons olhos a "Comunicação Integrada", isso faz a informação seguir uma sintonia onde ambos os elementos se completam.
Mas como falou Fábio Ricardo, cada um deve ter sua liberdade editorial e quanto a remuneração, estou 100% com você!
Já basta o mercado de Publicidade que é mais do que prostituído cidade. E somente com ética e qualidade podemos desbancar esse povo que queima o mercado!
Apenas para esclarecer. Meu manifesto é contra a prostituição do mercado. Jamais contra a comunicação integrada.
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