sábado, 6 de setembro de 2008

Galegão: Tem gente querendo fazer festa com chapéu alheio

2006: Com ajuda do meu cunhado, publicitário, bolei um anúncio
motivando empresários a investir no projeto do Galegão, pelo Fundesporte.
O projeto mudou bastante até chegar ao que é hoje.





Putz, essa foi outra que não deu para agüentar.

Assistir o programa do candidato do PT e ouvir que ele teve participação na revitalização do Galegão. Que participação? Só se for no abandono do ginásio?

Acompanhei tudo desde o início e não vou me calar diante dessa mentira.

Vou me ater a fatos, pois do jeito que anda a campanha vão querer caçar bruxas.

A atual administração assumiu em 2005. Fui trabalhar na Fundação Municipal de Desportos.

Pois bem!

Encontramos um Galegão abandonado, em estado deplorável. O local servia para abrigar sem tetos, usuários de drogas e também os praticantes de esportes radicais, skate principalmente (detonaram o piso de madeira).

Roubaram o que podiam por lá: portas e telhas de alumínio eram os alvos principais. Até a quadra foi queimada. Algum andarilho fez uma fogueira para esquentar sua comida, creio! Tudo pinchado. Nem as cabines de imprensa foram poupadas. E ninguém sabe quem foi. Fizemos inúmeros BOs.

Primeira medida: isolar o local e soldar as portas dos acessos. Assim evitaríamos danos maiores.

Mas era preciso agir rápido. O então presidente da FMD (hoje aliado ao Décio) encaminhou um projeto para captar dinheiro com incentivo do Governo do Estadual, por meio do Fundesporte. Em 2005 foi autorizada a captação de R$ 1.000.000,00.

Aí começa o drama.

Primeiro: o dinheiro só daria para reformar internamente a quadra e a estrutura física e para trocar o telhado. Seria um projeto sem muito arrojo.

Era preciso mais dinheiro. Outras fontes de recursos.

Entram em cena o prefeito João Paulo Kleinünbing, o deputado Pizollatti e o senador Leonel Pavan – autor de uma emenda no orçamento da União, assegurando recursos da ordem de R$ 2,9 milhões junto ao Ministério do Turismo.

Mas era só uma emenda. Tinha pela frente o trabalho político para liberar o dinheiro. O prefeito fez a parte dele e conseguiu assinar os convênios necessários e garantir o dinheiro.

Por aqui, a briga era para captar o valor do Fundesporte.

A cidade vivia um cenário onde algumas poucas empresas que já auxiliavam, destinando parte do ICMS para projetos. Mas a grande maioria delas ainda tinha dúvidas, temor ou mesmo desconfiança.

Dinheiro de menos, projetos demais. Vila Germânica, Casa do Comércio, Teatro Carlos Gomes, projetos culturais...

O tempo destinado a captação estava se esgotando (12 meses). Diariamente eu observava a apreensão do ex-presidente da FMD. Por outro lado, não via de sua parte qualquer tipo de articulação junto a empresários para conseguir o dinheiro.

Comecei, por iniciativa própria, a visitar empresas. Trabalho “formiguinha”. Recebi vários “Nãos” e respostas padrões do tipo: “vou analisar com meu departamento jurídico”.

Nem era exatamente este meu papel na FMD, mas acreditei no projeto e "tirei a bunda da cadeira", como insistia em dizer o ex-dirigente (fazer discurso é fácil). Não desisti.

Recebi a acolhida de médias e grandes empresas que prontamente se comprometeram a mandar dinheiro para o PTEC do Galegão. Algumas ainda tinham compromissos com outros projetos e só poderiam começar a mandar dinheiro a partir do segundo semestre de 2006.

Faltavam poucos meses para o prazo de captação encerrar e só tínhamos R$ 32.000,00 captados até então.

O trabalho “formiguinha” funcionou e o dinheiro começou a chegar rápido.

Tive uma ajuda fundamental do Tair Duarte, da Exatoria Estadual.

Já o conhecia da administração do Renato Vianna (93/96), mas pude trocar idéias e expor o projeto do Galegão em uma das minhas visitas a uma grande empresa multinacional. Naquele dia, humildemente, solicitei sua presença ao encontro para me ajudar, repassando orientações legais e jurídicas de uma legislação ainda nova para muitos empresários, até aos mais experientes.

Resultado final: em cinco meses fiz uma boa rede de contatos e captei o dinheiro.

Mas é muito chato, revoltante mesmo, ver o Décio querendo aparecer em cima de uma coisa que nunca fez. Muito pelo contrário.
Em nenhum momento vi este senhor presente nas discussões da revitalização ou pelo menos explicando para os blumenauenses como permitiu a interdição do Galegão e, como resultado, a sua deterioração.

Esta, talvez, seja a razão para as vaias a senadora Ideli, na inauguração do Galegão.

Lá na frente tinha faixa agradecendo o Lula pela obra. Nunca entendi isso também.

Nem os outros blumenauenses (aqui nascidos e de coração), presentes naquela linda festa.

Não é ético querer fazer festa com chapéu dos outros!
Engana-se quem pensa que o povo não tem memória!

Justiça seja feita. É mérito meu – apenas um gerente; da atual gestão da FMD, comandada pelo Elson Campos Ferreira (que com força política liberou o dinheiro); do prefeito João Paulo e sua atual administração; do governo do Estado; do Pizolatti; do Senador Pavan; dos arquitetos e das empresas envolvidas na obra e do Balistieri, que coordenou forma brilhante toda a obra de revitalização.

Os demais são figurantes, inclusive o Lula, que só liberou o que estava aprovado no orçamento.

Tenho dito, pois é fato!

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